Em meados de 2019 durante uma viagem, folheando uma revista dentro do avião, me deparei com uma entrevista da Mara Gabrilli - psicóloga, publicitária e já foi vereadora e deputada federal. Atualmente é senadora pelo estado de São Paulo.
Mara, que também é cadeirante, falava sobre a Lei Brasileira da Inclusão. A LBI era novidade para mim! Li a matéria inteira e saí do avião com uma frase dela martelando na cabeça “todo mundo deveria conhecer a LBI, pelo menos saber que ela existe!” Fiquei me perguntando “mas como fazer isso!?
Eu, neste período, já trabalhava com o tema da inclusão através do teatro em grandes empresas. Comecei a pensar em possibilidades de inserir a LBI em nossas ações, mas, queria pensar em algo para um público mais amplo, para além do corporativo.
A conscientização através do teatro era algo que estava vivenciando e via o quanto funcionava. As pessoas vinham falar com a gente depois das atividades, os comentários eram sempre interessantes e acreditava que poderia acontecer algo similar falando sobre a LBI.
Depois de bons meses refletindo em como tornar um assunto tão duro, chato e com termos difíceis em algo interessante a ponto das pessoas quererem ver, decidi! “Vou escrever um espetáculo sobre a lei, relacionando com o cinema, tema próximo da maioria das pessoas”, pensei.
A primeira coisa que me veio à cabeça foi Forrest Gump! Eu tive uma experiência muito interessante no meu início no teatro: participei por muitos anos de “Romeu e Julieta na Roça”, um espetáculo que fez muito sucesso e ficou por mais de 6 anos em cartaz. Isadora Jäger adaptou um texto extremamente rebuscado e difícil em algo que era simples de entender, não assustava quem nunca tivesse ido ao teatro. Isso me encantava e ajudou a direcionar minha trajetória artística.
Eu penso o teatro aproximando as pessoas dos temas abordados, conectando com as suas realidades e o desafio da LBI me empolgava.
Aos poucos, comecei a compartilhar minhas ideias com pessoas próximas e, em um dia desses de ação inclusiva, no carro com a Tabata Contri, comentei a respeito. Ela curtiu a ideia e começamos a imaginar como seria. Então, eu disse: “e se usarmos como pano de fundo o cinema?” Ela na hora comentou: “nossa, sim! Tem muitos personagens com deficiência!” E começamos a elencar: Nemo, Forrest Gump, Professor Xavier, Doutor Estranho, Capitão Gancho… a lista seguiu! Isso me abriu um leque de possibilidades de cenas, textos e ações.
Apresentei minhas ideias para Isa (in memoriam), minha parceira de escrita e sócia - a mesma do Romeu e Julieta na Roça. Isa também adorou o desafio e resolvemos fazer uma reunião com a Aline e Rafael, causadores da Santa Causa - Empresa de treinamento e consultoria que ministra palestras e capacitações sobre a Lei Brasileira de Inclusão. Conheça a Santa Causa
Pensamos em mais uma possibilidade: um espetáculo adaptado de Shakespeare! A Isa era especialista nesse rapaz inglês. Bem… a vida seguiu, e as ideias também! Montar um espetáculo não é nada fácil, e escrever sobre um tema como esse é duplamente desafiador: deixá-lo atraente e estudar absurdamente a lei. Seria necessário um investimento grande...daí, veio a pandemia! Em 2021 perdemos a Isa... Hoje nos encontramos em outro cenário, mas, a inquietação de falar sobre lei continua.
Pensei então em mudar o jeito, a linguagem, a abordagem! Queria fazer algo que fosse viável! “E se, ao invés de falar a lei, falasse da existência dela?”, pensei. Já que, saber que a lei existe já seria importante, segundo a própria Mara Gabrilli em sua entrevista.
Escrevi então esse texto, em forma de poema, para integrar ao roteiro da Experiência Sensorial Inclusiva, que criamos na Inima. (assista o teaser) É um espetáculo que apresentamos em empresas que nos contratam, mas resolvi gravar um vídeo só do poema, no mesmo conceito da experiência: mudar perspectivas! Meu desejo é que o conhecimento sobre a existência da lei possa se propagar entre nosso ciclo de contatos nas redes.
Se esse tema é importante para você, o formato te agradou e se você quiser fazer coro à esse movimento - de espalhar a palavra, literalmente falando - disponibilizo o texto para quem quiser gravar e compartilhar entre seu ciclo também!! Talvez, assim, possamos chegar perto desse desejo inicial da Mara Gabrilli, que aliás, não mencionei, foi uma das pessoas importantes para a lei existir como é hoje, assim como a Aline e o Rafael.
Você também pode compartilhar o nosso vídeo, reproduzir em eventos ou mesmo declamar na sua empresa, escola, associação. É só me pedir e dar os créditos conforme abaixo. Para ter acesso ao texto mande um e-mail para deividmiranda@hotmail.com
Para os créditos, utilize esse texto: “Esse texto é de autoria de Deivid Miranda e faz parte da DiverSão - Experiência Sensorial Inclusiva da Inima Produções.”
Ah!! A inquietação do espetáculo segue pulsante por aqui viu?! Tabata, Aline e Rafael peguem essa (in)direta.
Deixo aqui também um link com a LBI na íntegra, para baixar e compartilhar quando puderem https://ugc.production.linktr.ee/d464ee1b-ea13-41af-876e-a4bc88b239a6_Guia-sobre-a-LBI-digital.pdf